Há excelentes bibliotecas em Campinas, desde a Municipal e central que é muito bem organizada, às das Universidades, do Centro de Ciência, Letras e Artes, da Academia Campinense de Letras e outras e muitas mais. Já levamos nossos alunos às bibliotecas? E nossos filhos? Nem todos podemos comprar livros e muito menos todos os livros que gostaríamos de comprar. Por isso é bom freqüentar bibliotecas. O hábito de estar com o livro, de manuseá-lo, quem sabe não baste. Ler e conversar a respeito da leitura, digerí-la e sentir-se alimentado quem sabe seja aquilo que chamamos de cultura. O que resta - o caldo que fica do alimento ingerido e o conhecimento novo, que nos conduz com mais segurança. Não sei o que fazer para que os meus alunos leiam. A leitura obrigatória apenas não leva a bom destino. É preciso que se tenha vontade e que se procure o livro, que se o tenha como alguma coisa além da descoberta de heróis e bandidos, mocinhos e mocinhas, mais ou menos amorosos e disponíveis.
Aprendi a ler. É preciso ler à maneira daquele leitor que pretende tudo do livro. Vou descrever a fórmula de leitura. E a adoto para qualquer gênero, desde o mais indigesto livro de Filosofia àquele romance gostoso e leve que nos entretém na sala de espera do dentista. Rabisco o livro. Primeiro hábito e que nos obriga a ler junto com o autor. Riscar a frase mais significativa. O pensamento que se sobressai deve ficar marcado. O trecho mais bem composto se acentua sob os traços da ponta que deve ser bem fina. Quando possível auxiliar-se do dicionário, mesmo para procurar apenas mais um significado para a palavra conhecida. E, manter junto com o lápis uma ficha de leitura. Aquela ficha que todos conhecem e que serve para registros gerais do pensamento. Anotem o que pensaram durante a leitura. Recomponham a sua conversa com o autor, a análise do tema, a frase que lhes parece mais expressiva. Deixem a ficha dentro do livro que foi lido. Leiam em qualquer momento, posição, lugar, e sempre que possível com interesse. Leiam até o fim, mesmo que o livro lhes seja maçante. É disciplina, embora às mais das vezes, aborrecida, mas que permite a crítica mais honesta. Finalmente parem para ver a banda passar. E, façam como a moça triste da inspiração do poeta. Fiquem alegres, porque há sempre novos acordes na partitura da vida.
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